Arte e Ativismo, Eventos

Deep Graphics: visualizando a rede onion

09/11/2015

Por Lucas Teixeira | #Boletim12

O projeto Deep Graphics foi a atividade que inscrevemos para o Chaos Communication Camp 2015.

Há muita confusão entre o termo deep web, que cobre todas as páginas da Web “comum” que não são alcançadas pelos buscadores como Google e DuckDuckGo, a “rede onion” acessível somente usando o Tor, e as várias outras “freewebs” ou “darkwebs” acessíveis por outros softwares, como o I2P.

A deep web abrange a sua caixa de entrada do webmail — na verdade, tudo que um robô crawler precisaria fazer login para ver — e sites que ainda não foram linkados em lugar algum (como aquele blog que você abandonou logo no início). Ela sim é especulada de ser o “resto do iceberg” do qual a web acessível por buscadores é apenas a ponta.

Já essas “teias alternativas” possibilitadas softwares específicos fazem as páginas transitarem por outros meios e protocolos; no caso do Tor e do I2P, evitando deixar rastros e vazar informações que na web de hoje são usadas contra usuários e usuárias, seja para rastrear seu histórico de navegação e comportamentos dentro dos sites para prover propaganda direcionada, para alimentar bancos de dados de vigilância e policiamento preditivo de governos e , ou para perseguições e assédio por parte de pessoas ou instituições mal intencionadas.

Esse vídeo explica muito bem como o Tor funciona e para que ele serve (há legendas):

A existência de tecnologias de anonimato como o Tor, tanto para quem acessa quanto para quem hospeda conteúdo na Internet, é vital para a liberdade de expressão — como relatou recentemente David Kaye para o Conselho de Direitos Humanos da ONU.

Nesse cenário, inscrevemos o projeto Deep Graphics como uma sessão auto-organizada do CCCamp, e uma vez lá integramos nossa atividade com a “From Bad Public Data to Beautiful Open Narratives”, onde Rafael Polo traria sua experiência com o Mostre!me Cultura.

Nossa proposta, aliando nosso interesse em desmitificar essas redes com a experiência de Rafael em criar visualizações de grandes quantidades de dados usando grafos (como a computação chama as redes) para contar narrativas e enxergar padrões nos dados que não são visíveis quando se olha cada pedaço de informação isolada ou linearmente.

O acampamento foi o cenário ideal para trazer nossa proposta para os olhos de quem está envolvido com — e muitas vezes programando e pensando diretamente — o Tor e a rede de “serviços escondidos” pois acredita em seu papel na garantia de direitos fundamentais. Também presentes nas nossas duas sessões na tenda da Tactical Tech em La Quadrature du Camp estavam administradores de sistemas, programadores, designers, artistas. Através do feedback que tivemos no primeiro dia, elaboramos um plano de ação que foi apresentado e rediscutido no segundo.

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