Arte e Ativismo

Curtas: notícias breves e dicas sobre “Arte e Ativismo”

13/12/2014

Notícias breves publicadas no “Boletim Antivigilância 10″, de 13 de dezembro de 2014
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Tem Boi na Linha?

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O site Tem Boi na Linha? ensina como a Internet funciona, expõe os riscos de espionagem que ameaçam cada trecho da rede, e mostra ferramentas gratuitas e livres para mitigá-los.

Para os movimentos sociais, a comunicação rápida e segura entre membros de um coletivo, entre coletivos, ou entre ativistas independentes é fundamental tanto para o planejamento e a eficácia das ações, como também para o fortalecimento do próprio movimento de resistência.
Na era analógica, espionar as comunicações de um indivíduo ou grupo e apreender documentos sensíveis, eram ações bastante comuns, apesar de serem dirigidas a alvos específicos e um tanto difíceis de serem camufladas. Com a internet, essa prática se tornou mais discreta, silenciosa e ainda mais comum, sendo utilizada em larga escala, para a espionagem em massa, e por motivos que ultrapassam os estritamente políticos.[…]Felizmente, certas propriedades físicas do nosso mundo fazem com que cifrar informações seja mais fácil que decifrá-las. A mudança de alguns hábitos e a utilização de criptografia e de softwares livres e de código aberto, podem proporcionar um bom nível de privacidade, ainda que não garanta uma segurança total.

Protestos.org

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O site é um projeto proposto pelo Centro de Mídia Independente do Rio de Janeiro para o CONTRALAB, uma residência técnico-artística que aconteceu na Nuvem, em Visconde de Mauá.

Durante a residência, um grupo de pessoas interessadas em participar se uniu às proponentes, e o site foi então lançado como uma colaboração entre o CMI-Rio e o “coletivo gaivotas”.

Entramos em contato com os dois grupos.  Há planos de lançar uma versão impressa para ser distribuída entre grupos de mídia e de ativismo, e também uma incorporação de novas ferramentas e recursos no site.

De acordo com o site, a plataforma Protestos.org tem o objetivo de informar sobre as tecnologias que manifestantes e ativistas podem usar para garantir seus direitos de liberdade de expressão e protegerem-se contra violações, censura e abusos. O projeto é uma iniciativa da ONG Artigo 19, mas conta com a parceria de outras organizações da sociedade civil, especialistas em segurança da informação, ilustradores, roteiristas, jornalistas e desenvolvedores.

O destaque do projeto é o guia “Vai protestar? Proteja-se!“. Ilustrado pelo artista Alexandre
de Maio, contém informações de fácil entendimento sobre o uso de tecnologias que protegem a privacidade. Através dela, os manifestantes podem também munir-se de dicas jurídicas sobre seus direitos e estratégias de mitigação de riscos em caso de vigilância ou abuso de poder antes de ir para as ruas. O guia também fez sucesso lá fora e deve ser traduzido em espanhol para o contexto mexicano, em breve.

Mas durante a Copa teve de tudo, até página do facebook instigando o uso de criptografia com memes:

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Se ensinar práticas de segurança já é divertido. Trazer mais gente para a pauta com criatividade é melhor ainda.

 

Autodefesa contra a vigilância

Além dos guias produzidos aqui no Brasil, a Electronic Frontier Foundation lançou uma reformulação de seu guia Surveillance Self-Defense (“Autodefesa Contra Vigilância”). Contando também com uma versão em espanhol, o guia tem um ótimo material básico de segurança (modelagem de ameaças, senhas seguras, o que é criptografia…); conta com tutoriais de várias ferramentas (Tor, PGP, OTR, remoção segura…); e ainda organiza os textos em uma série de playlists voltadas para certos perfis, como jornalistas, ativistas edefensoras de direitos humanos. Traduções para o português são bem-vindas – entre em contato!

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Mas para além do guia, a EFF anunciou algo mais inovador: o lets encrypt, uma nova iniciativa voltada para uma autoridade de certificação em parceria com a Mozilla, Cisco, Akamai, IdenTrust e pesquisadora da Universidade de Michigan. O intuito é permitir a transição de http para https de forma gratuíta e simples. O vídeo abaixo explica como funciona:

Com grana, sem ideia? Doe para o Riseup

O Riseup começou sua campanha de doação. Embora a própria organização recomende pensar primeiro em doar para coletivos tech locais (como o Hacklab Independência, que está fora do ar por falta de financiamento, ou o Saravá, que perdeu seu disco rígido e ainda está com vários serviços fora do ar), ainda não há provedores seguros brasileiros que ofereçam tantos serviços fundamentais para movimentos sociais e grupos de ativismo. Eles aceitam várias formas de doação (Bitcoin, Flattr, Paypal, cartões…).

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