Por Joana Varon

Em preparação para a Copa do Mundo, o governo brasileiro vem investindo pesado em segurança. Apenas em equipamento, Governo Federal e Municípios gastaram aproximadamente R$ 1,5 bilhões de reais. Mas, para além de compra de drones israelensese robôs estadunidenses, câmaras e óculos que permitem reconhecimento facial, o governo também está melhorando a capacidade de coleta de dados online para fins de inteligência e integrando bancos de dados, tanto no âmbito nacional, como internacional, por exemplo, ampliando acordos de cooperação com a Interpol. Colocando em prática tal integração, em maio a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) inaugurou o Centro de Inteligência Nacional (CIN), e, poucos dias depois de tal inauguração a Reuters relatou que a polícia está utilizando-se de grampos e outros equipamentos de vigilância em uma “intensa operacão de inteligência”, conforme o descrito pelo chefe de segurança de São Paulo, Fernando Grella, a maior já revelada pelas forcas de segurança brasileiras.

De acordo com a reportagem, no momento a operação está voltada para mapear líderes de protestos com finalidade de solicitar prisão preventiva de alguns manifestantes. Desde junho de 2013, quando eclodiu um onda de protestos no país, operações de inteligência, como o programa Mosaico, tem sido realizadas para monitorar a internet. Conforme uma reportagem do Estado de São Paulo, agentes da inteligência passaram a utilizar serviços como o Facebook, Twitter, Instagram e Whatsapp para rastrear manifestantes, descobrir as rotas das manifestações, estimar tamanho, financiamento e possibilidade de infiltração de grupos políticos.

É muito improvável que o aumento dessas capacidades e recursos serão usados apenas durante o período da Copa do Mundo, principalmente levando em conta que o país também se prepara para sediar os Jogos Olímpicos em 2016. Questionando essas práticas, uma semana antes do início da Copa, a ONG Artigo 19 lança uma publicação sobre como o Brasil está ameaçando o direito de protestar. Fiquemos de olho. E lembre-se, o Boletim Antivigilância é colaborativo, se cruzar com qualquer caso de censura ou monitoramento online em razão da Copa do Mundo, mande para gente ou cole o link, mesmo que anonimamente aqui.

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