Por Joana Varon | #Boletim6

Em 11 de dezembro a Free Software Foundation publicou uma resposta à carta aberta das empresas de TI, entitulada Reform corporate surveillance, apresentando algumas críticas à carta e ao comportamento das empresas frente às revelações de vigilância expostas ao público.

O argumento principal da carta foi que, embora reformar e criar novas leis possa ser útil, leis e políticas contra espionagem já existem, e estão sendo ignoradas ou abusadas. O que vêem como necessário é uma “reforma de software” – mudar práticas que permitem que empresas insiram backdoors em seus produtos, ou que negócios sejam formados em torno da coleta, consolidação e mineração de uma enorme quantidade de dados.

Nesse sentido, destacou-se que “a vigilância é ativamente viabilizada pela tecnología e pelos softwares dessas empresas.” Mencionando também que o “Microsoft Windows habilita portas dos fundos (back doors) para a NSA e que empresas como o Google e o Facebook constróem seus modelos de negócios baseados em armazenar a maior quantidade de dados possível de seus usuários, possibilitando que esses dados sejam tratados, afastando os usuários de softwares que rodam nos respectivos computadores para softwares que funcionam de forma remota.”

A FSF também ressaltou que em nenhum momento da carta as empresas assumiram responsabilidade por esses atos. E, fazendo referência, principalmente, ao software proprietário e à prática de SaaS – “software as a service” –, onde os dados dos usuários e os programas que os processam são completamente escondidos do usuário, a carta afirma que essas empresas “colocaram seus usuários intencionalmente em uma posição vulnerável, explorando-os sem hesitar.”

A carta termina com um chamada para essas empresas também trabalhem em princípios a favor de softwares e computadores que estejam sob controle dos usuários.